segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Todos diferentes, todos iguais

Eu sempre pensei sobre isso, mas, ultimamente, tenho observado bem de perto como as pessoas se sentem importantes por ter dinheiro. É engraçado. Parece uma coisa involuntária, que vem de dentro, e parece mexer com alguma coisa na mente delas. Salvo raras exceções, as pessoas em questão parecem viver em um tipo de universo paralelo, acreditando que o resto do mundo precisa girar ao seu redor naturalmente, como se fossem destinadas por Deus a serem melhores que as outras. E isso é sério.

Elas não precisam dizer "por favor", dizer "obrigado", lavar sua própria louça, esperar, olhar o lado do outro, compreender, enfrentar filas... Não podem ser questionadas e, em hipótese alguma, serem tratadas da mesma forma que as outras pessoas. Se você já ouviu coisas do tipo "Você sabe com quem você está falando?" ou "Chame o seu gerente" ou "Ela é só uma garçonete", você sabe do que eu estou falando.

E essa mania de se sentir melhor do que os outros pelo fato de ter dinheiro ou status social e profissional está tão arraigado em nossa cultura, e também em muitas outras, que nós mesmos acabamos fazendo essa divisão: "Meu pai é engenheiro", "minha amiga é filha do presidente de uma empresa", "Ele é meu chefe e trata todo mundo bem, como se fosse igual a ele".

Pois é, essa divisão de "qualidade de pessoas" é algo tão comum que nem percebemos as bobagens em que acreditamos. Valorizamos os títulos acadêmicos, profissionais e sociais; damos tratamentos diferenciados às pessoas de acordo com esses títulos e suas respectivas contas bancárias. E eu vivo me perguntando: Isso realmente faz sentido?

Pra mim, sem querer ganhar a simpatia dos possíveis leitores deste texto, digo e repito: Não existe diferença. Pelo menos não de valor. E por que existiria? Um gerente é realmente melhor do que uma auxiliar de limpeza dentro de uma empresa? Possuem responsabilidades diferentes, é claro. Mas por que motivo ele deve ser mais bem tratado do que ela? Sem entrar no mérito do salário! Se o gerente é mais lucrativo para a empresa do que a auxiliar de limpeza, então que se pague um salário maior a ele. Mas por que uma diferença tão grande? Por que subestimar uma pessoa pelo fato de ela não ter tido as mesmas oportunidades, o mesmo estudo.

Se um professor universitário é simpático, recebe milhões de elogios do tipo: "Puxa, ele é doutor e trata todo mundo tão bem!". Ótimo que ele seja atencioso com as pessoas, mas qual a relação com a sua formação acadêmica? Por que as pessoas pensam que uma faculdade, um doutorado ou um cargo alto em uma empresa dá a alguém o direito de ser arrogante, de ser mal-educado, de destratar as outras pessoas? Por que o fato de um doutor ser simpático com pessoas teoricamente inferiores é um motivo para ser destacado? Por que um morador de rua ser educado e simpático não é mais do que sua obrigação?

Pelo simples fato de que a nossa sociedade divide as pessoas em categorias que levam em consideração os valores errados! Se uma pessoa é simpática, ela merece ser elogiada pelo fato de ser simpática. Se uma pessoa é educada, ela merece ser valorizada porque é educada. E só. Não interessa quantos cursos ela tem, quantas línguas ela fala, se ela é chefe de alguém. E isso parece ser tão difícil de entender.

Eu adoro estudar, quero fazer outros cursos, aprender mais idiomas, conseguir um bom emprego. Mas nunca me passou pela cabeça me sentir melhor do que alguém ou destratar o garçom (socialmente considerado inferior diante dos clientes) no restaurante, nem fazer um "barraco" em algum estabelecimento porque o meu pedido está demorando ou porque a minha comida veio fria.

E aí está uma pequena ironia. As pessoas que se julgam melhores do que a outras normalmente "descem do salto" por qualquer motivo. Não têm jogo de cintura pra resolver uma situação como, por exemplo, a falta de algum produto que ela procura ou o fato de seu pedido ter vindo errado. E eu me pergunto: Onde está a verdadeira educação?

De que adianta se formar na melhor universidade se você não sabe dizer "obrigado"; de que adianta ter um cargo alto de gerência estratégica se não consegue resolver calmamente um probleminha em um restaurante? Esses e outros comportamentos me irritam de tal forma que um dia acabo intervindo num desses barracos e passo um sermão no engomadinho que estiver xingando.

A questão não é tratar os outros como se fossem iguais. A questão é que os outros são iguais! E não necessariamente na aparência, na educação, na conta bancária... Mas no direito de ser bem tratado, de ser respeitado, de ser bem recebido, de ter seu trabalho valorizado e de ser bem remunerado.

E isso começa pelas nossas próprias atitudes, tratando as pessoas da mesma forma, valorizando o seu caráter, a sua bondade, a sua simpatia, o seu esforço, a sua honestidade... Porque são essas coisas que realmente importam. Para e pensa.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Os tais 50 tons de cinza

Na minha humilde opinião,, acho que o Buzz em torno do livro nao tem muito a ver com submissão ou fantasias sexuais não.. Os best-sellers não o são por nenhum motivo lógico. Tanto que várias histórias parecidas são publicadas e apenas umas ou outras viram "moda" e vendem milhões. As pessoas gostam porque gostam ou porque todo mundo gosta. Eu, particularmente, nao gosto de best-sellers, mas acredito que as pessoas buscam algo que por algum motivo esqueceram ou deixaram de sentir e se é um romance de vampiros ou um erótico sado-masoquista que, de alguma forma, resgata esse "algo" que se perdeu, quem somos nós para questionar. Existe uma "coisa" chamada senso estético e outra chamada gosto pessoal e não há explicação lógica para o fato de um dos dois se sobressair em determinados momentos. Tem gente que ama o estilo musical mais erudito e há quem não consiga ver beleza alguma nisso.