sexta-feira, 19 de abril de 2013

Aos amigos que eu não fiz


Hoje, eu teria feito mais amigos. Teria gostado mais facilmente das pessoas, sido mais generosa com características que eu julgava serem defeitos. Eu teria os amado mais antes de julgá-los, teria os compreendido mais antes de ter uma opinião superficial sobre eles. Eu ampliaria as minhas amizades, sem qualquer “pré-conceito” sobre as pessoas; teria somado mais em vez de simplesmente tê-los colocado no círculo de colegas ou conhecidos.

Tantas pessoas passam por nós e, às vezes, perdemos a oportunidade de trazê-las para a nossa vida de maneira mais efetiva.  Analisamos de qualquer maneira o seu comportamento e “descartamos” a chance de conhecê-las melhor.

Às vezes, sinto saudade da oportunidade que tive de cativar algumas pessoas, de aprender com elas. Deixei que elas passassem por mim e vissem somente a superfície e assim o fiz com tudo o que elas poderiam me ensinar.

Eu queria ser amiga dos amigos que eu não fiz. Queria tê-los como amigos, mesmo que distantes fisicamente. Queria ter sorrido muito mais ao lado deles, ter compartilhado experiências, construído histórias, queria tê-los conhecido de verdade.

Algo me diz, talvez essa saudade do que não houve, que essa amizade, que também não aconteceu, teria valido a pena!

terça-feira, 16 de abril de 2013

Dois ouvidos. Uma boca.

Quanto mais experiência eu tenho, mais calada eu fico. Quanto mais eu compreendo as coisas, maior é a minha
percepção de que na verdade eu não compreendo nada e é mais sábio não dizer coisa alguma. À medida que aprendo, vou ouvindo mais e falando menos, bem menos; tal qual uma barulhenta carroça vazia vindo em uma esburacada estrada de chão, que vai ficando silenciosa à medida que lhe aumentam a carga.

O que vamos dizer aos nossos filhos?


Com toda essa repercussão das declarações atuais, finalmente, estamos discutindo questões tão importantes, ainda que de maneira sutil. Nessa semana, li algo do tipo "o que vamos dizer aos nossos filhos?" Um comentário ligado à dúvida de como iríamos explicar aos nossos filhos as relações homossexuais. E eu pensei.. Vou dizer aos meus filhos: no mundo há uma diversidade enorme de pessoas (diversidade, o que NÃO significa "diferença", na concepção da palavra relacionada à existência de um maior e um menor ou de um melhor e um pior). 

Existem homens que gostam de homens, homens que gostam de mulheres, mulheres que gostam de homens, mulheres que gostam de mulheres, existem também pessoas brancas, pessoas negras, italianos, japoneses, pessoas obesas, pessoas magras, pessoas que não sabem ler, pessoas que se formaram em uma universidade, pessoas pobres, pessoas ricas, pessoas que não podem andar, pessoas que gostam de certo tipo de música, pessoas que gostam de certo tipo de comida, pessoas que seguem uma determinada religião, pessoas que não seguem nenhuma, etc. O que você precisa realmente saber é que todas essas são Pessoas e devemos respeitá-las. Assim como aos animais. 

Procure se aproximar ou não das pessoas, utilizando outros critérios que não sejam apenas superficiais. Procure valorizar características como bondade, solidariedade, honestidade, bom humor, sinceridade, confiabilidade, amizade. Tente reconhecer os amigos pelo que não se pode ver apenas pelo que dizem dele ou pelo que ele aparenta ser aos olhos dos outros. Veja beleza na diversidade. Seja justo. Aprenda com os seus erros, amadureça, busque sempre ser uma pessoa melhor, saiba amar a si mesmo como você é, sem precisar se adequar a qualquer padrão. Respeite os outros e só aceite ser respeitado.

 E quando escolher um amigo, um representante, um namorado, não o escolha pelos seus gostos, pelas pessoas com quem ele se deita, pelo modo como ele se veste, pelo seu sexo ou pela cor dos seus cabelos. Saiba distinguir o que é fato e o que é valor. Escolha-o pelo modo como suas palavras e atitudes afetam a felicidade dos outros e a dele próprio, pelo modo como ele vê o outro, pelo modo como se coloca no lugar do outro, pelo modo como ele escolhe as pessoas que estarão a sua volta, pelo modo como ele tenta acertar depois de ter cometido um erro.