domingo, 3 de outubro de 2010

Imperfeição

Eu tenho uma estranha mania de pensar sobre a vida! E sempre me pego tentando entender ou consertar algo, como se ela precisasse seguir algum roteiro, baseado em coisas que eu julgo corretas. O mais irônico, entretanto, é que vira e mexe ela segue seu próprio rumo, como uma correnteza que não se deixa desviar por obstáculos mais fracos do que ela. É como uma peça, que embora tenha sido ensaiada para ser perfeitamente encenada, faz suas próprias leis quando sobe ao palco. Às vezes, o resultado é realmente espetacular. Outras vezes, nem tanto. É intrigante como ela vai construindo sua própria história e, vez ou outra, me deixa como uma mera expectadora, observando de longe o seu desenrolar. E, então, eu me cobro tanto! Exijo tanto que eu faça as regras e que tudo saia exatamente como o planejado, como o idealizado. E me desaponto com os meus erros, como se fossem definitivos. E tenho vontade de apagar, como versos imperfeitos, qualquer acontecimento que tenha fugido ao meu controle, como se pudesse reescrevê-lo de uma maneira melhor. A minha natureza perfeccionista encosta-me na parede, minha consciência, que tende impiedosamente a ser pesada, me chama sem cerimônia e eu teimo em querer a perfeição.

4 comentários:

  1. Nossa...
    Escreve bem hein Aline.

    Poeta e cantora, como praticamente diz o nome do Blog.

    Bj!

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  2. Com algumas palavras conseguiste demonstrar um pouco da complexidade do roteiro da vida, que não termina com o fechar da cortina. Iniciando apenas uma nova fase, outra cena, outro momento que não permite ensaio prévio. Enfim, a nossa história não termina com "The End", ela segue seu próprio percurso.

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